quinta-feira, 2 de junho de 2011



Existem duas dores de amor. A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão envolvidos que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel. Você deve achar que eu bebi. Se a luz está sendo vista, adeus dor, não seria assim? Mais ou menos. Há, como falei, duas dores. A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de se tornar desimportante para o ser amado. Mas quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por ninguém. Dói também.
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir de uma época bonita que foi vivida, passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação com a qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente e que só com muito esforço é possível alforriar. É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a dor-de-cotovelo propriamente dita.
É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: eu amo, logo existo. Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente.
E só então a gente poderá amar, de novo!!!

quinta-feira, 12 de maio de 2011




Depois de um estranho sonho que tive noite passada , ao ler uns textos de Tati Bernardi
Encontrei esse , e o adaptei a um episódio que passei em minha vida.


A gente quase completou um ano de namoro, quase.
Faltou um mês ou um pouquinho mais, não lembro.
Mas hoje, sem mais nem menos, completamos um ano e cinco meses de separação.
Há um ano e cinto meses passados essa hora, exatamente a essa hora, eu lembro bem.
Eu estava em casa ., era meu aniversário e eu não tirava nenhum segundo se quer da minha cabeça , será se ele vem? .. será se ele sente minha falta?... será que vai me deixar como ultima opção mais uma vez?..
E eu esperei, esperei, esperei tanto tempo, nossa, como eu esperei por um sinal de vida dele..
Acho que eu nunca esperei tanto nada em toda a minha vida.
Outro dia uma amiga me perguntou o que você tinha me ensinado.
A gente estava conversando sobre os legados que as pessoas deixam em nossas vidas e ela quis saber qual tinha sido o seu.
O coiso me ensinou a gostar de sertenejo e cinema europeu, o outro coiso me ensinou a gostar de paixão á flor da pele.
Teve o coisinho que me ensinou a ser engraçada e mais cabeça. E você?
Que raios me ensinou?
Fiquei sem saber na hora, fiquei sem saber o que responder para minha amiga.
Mas hoje, com mais de um ano separados, posso dizer que foi você quem me ensinou a lição mais importante da minha vida: você me ensinou a sofrer. A sofrer por alguém além dos sofrimentos em casa , na escola , com meus pais , enfim!
Eu nunca, nunca, em dezoito anos de vida, tinha sofrido por alguém que não fosse da minha família.
Nunca. Claro, eu odiava ver meus pais quebrando o pau quando era criança, mas eu lembro que eu, pequenininha, pensava: um dia um príncipe vai me levar para longe dessa casa com gente louca que fuma demais, berra demais, desmaia e chuta vasos. Eu sofri também na escola, quando para alguém me enxergar eu tinha de promover bizarrices. Mas eu era muito nova para me separar das bizarrices e acabava também chamando a minha atenção: será que eu sou bizarra?Depois, em casa, quando eu dobrava direitinho o uniforme para o dia seguinte e me sentia um papel de parede bege que ninguém entende pra que serve, eu pensava: um dia um príncipe vai me levar pra longe dessa falta de vida, dessa falta de beleza, dessa falta de compreensão, dessa falta de cor, dessa falta de sei lá o que porque eu era novinha demais pra saber o que faltava.

Esperar o raio do príncipe sempre disfarçou minha dor, sempre me refugiou dela. Mas quando você, no dia 13 de janeiro de 2010, me fez sentir obrigada a te deixar e seguir meu caminho sozinha, fiquei sem saber como fugir da dor. Você era meu príncipe.

Depois de tantos amores estranhos, pequenos, errados e tortos, finalmente eu tinha reconhecido no seu olhar centralizado e no seu sorriso espalhado, o meu príncipe. E o meu príncipe estava saindo da minha vida. Que porra eu ia esperar da vida agora? Quem iria me levar para longe se você não estaria mais por perto? Não teve como. Foi a primeira vez na vida que não consegui me enrolar e acabei deixando a dor vencer. Pela primeira vez a realidade falou mais alto que a fantasia. Pela primeira vez a realidade da sua ausência falou mais alto que a fantasia de anos a sua espera. Sofri pra caralho, como diz por aí quem sofre pra caralho..
Mais do que livros cabeças, músicas bacanas, frases inteligentes, lugares descolados, você me ensinou o que realmente importa aprender nessa vida: que a vida pode ser uma grande, imensa e gigantesca solidão.
É, ela pode ser. E que não existe porra de príncipe porra nenhuma. Que nem ninguém e nem nada pode te levar para longe de nada. É isso e pronto. E é assim pra todo mundo. E pronto. Qual o drama? A dor infinita dos dias infinitos que vieram depois do dia em que você se foi pra sempre veio misturada com toda a dor que eu não senti em todos esses anos. A dor da sua ausência trouxe vasos jogados, bitucas eternas de cigarros em longas discussões pesadas, tardes perdidas em odiar o mundo, cabeças viradas, corredores frios, papéis de parede beges e grupinhos festivos e fechados. A nossa dor acabou sendo toda a dor que fazia fila em mim para ser sentida. A dor da sua partida trouxe toda a dor do mundo. De uma só vez. Mas agora já passa da meia noite. pra te falar a verdade, eu já não sofro mais o nosso fim. E pra te falar ainda mais a verdade, eu acho mesmo que você foi o príncipe que eu esperei a vida inteira. Você chegou e me levou embora. Levou embora a menina que tinha medo de sentir a vida e esperava uma salvação para tudo. Quem sobrou é essa desconhecida que se conhece muito bem em suas bizarrices, assiste jornais todos os dias, substituiu o bege pela cor do verão, aprendeu a amar os seus pais acima de qualquer coisa, adora os poucos e estranhos amigos, não espera mais pelo cavalo branco mas fica ansiosa pelo início da novela e talvez esteja pronta para amar de verdade. Amar um homem e não um príncipe.

sábado, 30 de abril de 2011

Desejo.



Venha logo, traga de volta a minha certeza, não deixe, por favor, não deixe. Traga um agasalho para esquentar a minha falta de amor e ganhe em troca um ingresso para a minha fidelidade. Não espere o horário do trânsito livre, não espere ouvir o que você não quer, não espere a vida dar merda para colocar a culpa na vida. Eu ainda estou aqui por você, limpa, ilesa, sua. Mas cada milímetro do meu corpo me implora por vida, por magia, por encantamento. Por favor, me roube, não deixe, não esqueça do nosso pacto em não ser mais um daqueles casais que não conversam no restaurante e reparam tristes nos outros. (...) É fácil, basta você querer, eu ainda quero tanto. 
Venha agora, não espere o músculo, a piada, o botão, o calo, a saudade, o arrependimento, o vazio. Eu preciso sentir que você ainda sente, eu preciso que o seu coração dê um choque no meu, eu preciso saber que seu peito ainda aperta um pouco quando eu vou embora e se espalha como borboletas nas veias quando eu chego. Tudo o que eu quero, quando ele me olha sem pressa e sorri nervoso sem saber porque a gente procura se perder, é que você desligue o DVD e me diga que esse filme é batido e não tem final feliz. Eu quero que você grite dentro da minha cabeça que não precisamos disso e que, por alguma razão, quando a gente se afasta a dor é maior do que todo o mundo que nos espera. Eu ainda preciso que você me ache bonita, se surpreenda, me comemore e esqueça um pouco de todo o resto pra se encantar sem medo do tempo. Não me tire a razão, não me tire a honra, não me faça estragar tudo só para sentir o vento na cara de novo e a música alta. Berre e assopre em mim enquanto é tempo. Vamos fazer amor na cozinha, quebre a mesa, faça um escândalo, qualquer coisa. Eu ainda quero viver para você. Venha agora, ganhe a corrida, passe todo o resto pra trás...

Amor não se pede, é uma pena.



É uma pena correr com pulinhos enganados de felicidade e levar uma rasteira. É uma pena ter o coração inchado de amar sozinha, olhos inchados de amar sozinha. Um semblante altista de quem constrói sozinho sonhos. Mas você não pode, não, eu sei que dá vontade, mas não dá pra ligar pro desgraçado e dizer: ei, tô sofrendo aqui, vamos parar com essa estupidez de não me amar e vir logo resolver meu problema? Mas amor, minha querida, não se pede, dá raiva, eu sei. Raiva dele ter tirado o gosto do mousse de chocolate que você amava tanto. Raiva dele fazer você comer cinco mousses de chocolate seguidos pra ver se, em algum momento, o gosto volta. Raiva dele ter tirado as cores bonitas do mundo, a felicidade imensa em ver crianças sorrindo, a graça na bobeira de um cachorro querendo brincar. Ele roubou sua leveza mas, por alguma razão, você está vazia. Mas não dá, nem de brincadeira, pra você ligar pro cara e dizer: ei, a vida é curta pra sofrer, volta, volta, volta. Porque amor, meu amor, não se pede, é triste, eu sei bem. É triste ver o Sol e não vê-lo se irritar porque seus olhos são claros demais, são tristes as manhãs que prometem mais um dia sem ele, são tristes as noites que cumprem a promessa. É triste respirar sem sentir aquele cheiro que invade e você não olha de lado, aquele cheiro que acalma a busca. Aquele cheiro que dá vontade de transar pro resto da vida. É triste amar tanto e tanto amor não ter proveito. Tanto amor querendo fazer alguém feliz. Tanto amor querendo escrever uma história, mas só escrevendo este texto amargurado. É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer,implorar. É triste lembrar como eu ria com ele. Mas amor, você sabe, amor não se pede.

Tati Bernardi


Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte. porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.


Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo. Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala 'tipo assim', 'gata', 'iradíssimo'. Tinha me decidido a banir a palavra "balada" da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, sinto falta de um amor. Me pergunto onde foi parar a única coisa que realmente importa e é de verdade nesta vida: a tal da química. Mas então onde, meu Deus? Onde vou encontrar gente interessante? Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindo mais idiota de todos? Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito. A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?

Tati Bernardi

 Sempre achei que esse amor era coisa de quem não tinha nada melhor para fazer. Eu só o sentia porque estava infeliz naquela vida pacata. Só por isso. Resolvi então agitar a vida pacata. E comecei a sair mais de casa, enxergar as pessoas ao meu redor, mais viagens, mais baladas. Amor é coisa de gente pacata e agora que eu tinha uma vida agitada, poderia, finalmente, mandar esse amor embora. Tchau, coisinha besta.
Nada feito. Só piorou. Acordava e ia dormir com ele engasgado aqui. Ficava inconformada. Mas aí concluí: amor é coisa de quem tem tempo pra pensar nele. Claro, mesmo com a semana agitada entre faculdade e trabalho, eu fico em casa o fim de semana todo, alegando cansaço, no silêncio das minhas coisas, claro que acabo pensando besteira. Aquele papo de mente desocupada casa do diabo, sabe? Amor do diabo. Fui procurar Jesus.
Depois de dez passes e de ler todo o Evangelho Espírita, achei que ficaria tudo bem. Ficou nada. Eu só parei de sonhar que botava fogo no apartamento do ser amado ou que arrancava os olhos de todas as mulheres do mundo. Parei, talvez, de odiar o amor. Mas o amor, na verdade, ficou lá. Duro que nem pedra. Daqueles que não vão embora nem com reza brava.
Amor adolescente, pensei. Com certeza, se eu virar mulher, esse amor bobinho passa. Amor de menina boba. Tratei, então, de virar mulher. Quem sabe mudando o visual, esse amor não se mudava de mim? Nada feito. Cabelo novo, roupas novas, sapatos novos, novas contas pra pagar. E o mesmo coração idiota. O mesmo amor de sempre. Coisa chata, não?
Ah, que que é isso! Amor deve passar com um novo amor, não? Olha lá aquele menino bonito te olhando, o outro que escreve bonito, o outro que te faz rir um monte, tem também aquele ali, com mão firme. Nada. Nenhum deles foi capaz de me salvar, de substituir minhas células cansadas em sentir sempre a mesma coisa. Nenhum foi capaz, nem por um segundo, de me levar para passear em outros tormentos. Ou outras alegrias. Qualquer outra coisa que seja.
Aí veio a idéia brilhante. Será que se eu mergulhasse de cabeça na estupidez desse amor, não me curava? Será que se eu, por um minuto apenas, parasse de sentir tudo isso de dentro da grandiosidade que eu inventei para tudo isso e enxergasse de perto como tudo é tosco e pequeno, eu não me curava? Só piorou. De frente para ele e suas constatações tão absurdas a respeito de tudo, só consigo sentir ainda mais amor. E quanto mais e maiores motivos para não sentir, ele e a vida me dão... Adivinhem? Sim, o amor cresce. Irresponsável, sem alimento, sem esperança e de uma burrice enorme. Ainda assim, forte e em crescimento. (...)


 Taí. Tá bom. O amor venceu. Você venceu. Venceu. Venceu. Venceu. E eu acabo de descobrir, simples assim, a única maneira de me livrar desse sentimento: aceitando ele, parando de querer ganhar dele. Te amo mesmo, talvez pra sempre. Mas nem por isso eu deixo de ser feliz ou viver minha vida. Foda-se esse amor. E foda-se você.

Tati Bernardi


Mas chega, se não houve troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, mas não para sofrer. (...)
Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

Tati Bernardi 

terça-feira, 26 de abril de 2011

Proporções do amor

Sabe, penso o seguinte:não se constrói um relacionamento sozinho.Aliás poucas são as coisas na vida que conseguimos construir sozinhos sem contar com ajuda de ninguém.E mesmo assim essas poucas coisas que podem ser construídas em solidão seriam bem melhores se contasse com ajuda alheia.Não quero dizer que precisamos estar sempre todas as 24 horas de cada dia conectados de alguma forma a alguém.Não mesmo.Ficar sozinho é bom, fazer certas descobertas sozinho é bom, ainda mais quando estas são sobre nós mesmos.Solidão é boa até pra pensar melhor porque é sempre nós com nós mesmos, sem opinião alheia e condenação de quem não sente na pele o que só nós sentimos.Solidão é boa, mas vez ou outra.E solidão num relacionamento então é algo que não pode existir.Por mais que esteja cada um em sua casa, cada um com seus amigos ou cada um isolado do outro por qualquer motivo que seja, é necessário sentir o outro por dentro, é necessário ter a certeza de que não se está completamente só.Afinal relacionamento é isso.São duas pessoas distintas que querem estar sempre juntas porém quando se separam ainda sim estão juntas, conectadas por pensamento.Até porque amor recíproco é você saber que o outro também está pensando em você naquele momento, o outro também te carrega no coração, o outro também te quer na mesma proporção, até porque se ele querer em proporções maiores ou menores, aí sim que a coisa começa a desandar.
Digo, você tem que amar ao outro exatamente da mesma maneira e quantidade que ele te ama.Porque se você amar mais, estará sempre se condenado por não ter conquistado a mesma grandeza de amor do outro e vai ficar cobrando do outro aquele amor a mais que você tem.É claro que você não vai chegar e falar claramente com todas as letras:''Oi, olha só, tenho notado que na nossa relação eu amo mais você do que você me ama, seria possível você se esforçar e me amar da mesma forma que eu te amo, demonstrando assim como eu demonstro esse amor maior do que o que temos vivido?''.Pois bem, ninguém seria tão claro, ou quase ninguém.As pessoas geralmente neste caso iriam usar de indiretas, de cobranças, de métodos que os amigos (principalmente mulheres) indicariam como tentar fazer ciúmes no outro, ou teatrinhos ou começar a fingir que não se importa tanto com a pessoa pra vê se ela se liga e pense que vai te perder e comece a lhe valorizar mais.Mas isso não dá muito certo, isso é ser de certa parte falso com o outro e falsidade num relacionamento é coisa que sempre tem grandes efeitos colaterais e são jogadas na cara da maneira mais fria e dolorosa possível nos momentos de discussão.
Mas vamos ao outro lado da moeda, se o sujeito amar você muito mais do que você ama ele,inicialmente você vai achar ótimo, vai ter confiança de imediato, vai se sentir até mais esperta que ele.Mas depois isso vai começar a te sufocar porque ele vai ter tais atitudes de zelo e precaução que você não toma com ele, então vai achar tudo perturbador demais e exagerado da parte dele.Vai querer cada vez mais ter um momento só seu, enquanto acha que o muito amor dele é excessivo demais e não corresponde às suas expectativas.Você vai querer fugir um pouco, tomar um ar, respirar e no meio da fuga que era pra ser pra melhorar a relação com a outra pessoa você percebe que o sentimento da sua parte vem diminuindo, que talvez não seja isso que você queira.Aí que se começa a cobrança da outra parte e a fuga da sua. E o outro sofre e você fica confuso sem saber bem o que quer.
Pois é, relacionamento só se constrói junto e em sentimento com proporções iguais.Muitas vezes achamos que não está dando certo pois o outro não te ama mais, não te quer mais,não é com você como já foi antes,mas pode ser que o outro ainda te ame sim, te queira sim, só que em proporção diferente.Esse é o risco e consequência de toda relação: ou o sentimento vai diminuindo ou aumentando, agora permanecer o mesmo ele nunca permanece.Sortudos são aqueles que caminham juntos com sentimentos tão diretamente proporcionais que quando um está amando muito o outro também está, agora quando a relação esfria isso acontece de ambos os lados.Sortudos e felizes são estes que quando não permanecem juntos, rompem da maneira mais amigável, pois percebem e aceitam o fim já que ambos não se sentem mais bem naquilo que vivem.
A pior coisa que existe em uma relação é ver que se ama mais ou menos que o outro, aí sim passamos a construir de fato uma relação sozinhos.Não a relação em que se está, pois nessa ainda podemos contar com o outro, mas sim a relação recíproca em que se quer viver.Essa sim passa a ser construída só e muitas vezes se desmorona por falta de equilíbrio antes mesmo de acabar a construção.Porque amor em certo grau vindo de um lado só não sustenta nada, só desmorona, só acaba com o que existiu de fato e com o que mais ama dos dois quer que exista.E foi exatamente assim que aconteceu com a gente.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Meu Momento..



Talvez todas as confusões, desilusões e as decepções me tornaram isso, fria. Não que a palavra certa seja "fria" e sim que eu mudei, comecei a pensar mais em mim, comecei a me colocar em primeiro lugar. Talvez eu tenha me esquecido como é gostar de outro alguém, me arriscar em outra aventura de amor. Medo de me magoar? Pode ser. Medo de sentir o verdadeiro valor de um beijo, medo de se sentir feliz com apenas um sorriso, de sentir toda aquela felicidade e por algumas vezes ansiedade. Não é que eu não tenha vontade de amar novamente, não seria por falta de vontade, mas só estou me sentido vazia. Uma parte do meu coração tem medo de "sentir" já que toda vez que eu sinto algo vem e o machuca. Pobre coração, tão novo e já se sentindo tão fraco. Sabe que será difícil de encontrar alguém que lhe faça deixar forte, que lhe faça bater novamente, sem medo. Sim, admito. Meu coração não vem se manifestando por ninguém (quase ninguém); e os poucos que me fazem sorrir, quando sinto que eu estou gostando eu os afasto de mim. Como eu disse, mudei... Mas acho que pra pior.
Por incrível que pareça lá no fundo ainda tenho uma leve esperança, que dentro dos meus sonhos alguém irá aparecer, que nem seja durante as minhas noites de sono. Dizem que o coração tem duas partes, aquela que nos faz viver e aquela que nos faz sentir. Aquela que me faz "sentir" pode até está cansada de continuar a bater, mas aquela me faz "viver" me dá forças todos os dias para eu seguir em fren
frente. Enfim... Só espero encontrar um ponto de felicidade nas coisas nem que sejam mínimas possíveis.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Renúncia


Tenho pensado muito sobre relacionamentos que foram, são ou serão para mim, tóxicos. E o poder que possuem de me fazer sentir mal, viciada, alternando uma felicidade extrema com descontentamentos intensos.
A relação torna-se  mais excitante pelo vício que carrega, do que pela alegria que revela. Como um cãozinho que vai para o treinamento e não se adequa a normas; caridosa, aceito sempre as falhas cometidas, e até mesmo passo a mão na cabeça, tentando me convencer provisoriamente com aquilo que sei que não mudará, e é aí que mora o perigo.
Acabo apegando-me mais e mais a tal personalidade errônea, e o indivíduo apenas se acostuma, liga o piloto automático  - eu já sei como fazer com que ela ceda.
O faz sem sentido, da melhor maneira, na hora em que menos espero. E então, mesmo que briguemos sei que terá algum retorno, pois essa instabilidade passou a ser o vício de nós dois. O perigo só é visto de perto 
quando choro mais do que o usual, e uma hora a dor não passa.
A porteirinha 
do cãozinho continua aberta ele sabe o caminho, mas (surpresa):
- não retorna.
Pode ter água, comida, uma casinha confortável e quem o leve para brincar de tudo que queira na 'rua', mas nada de retorno nem indício daqueles latidos altos e cantantes, ou lambidas casuais no rosto.
Ninguém para me observar no silêncio. E então é melhor deixar que meu fiel amigo, esse envolvimento 
"amoroso" quase  bengala que eu sabia estar ali mesmo fugindo à mão, se vá.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ficar Só!



Sempre gostei muito de ficar só.Não digo só o tempo todo, mas só por algum tempo.Acho que todos nós precisamos um pouquinho de solidão e acho que no fundo até mesmo quem diz não gostar de ficar só, tem um pouquinho de solidão dentro de si.A gente pode ter amigos, pode ter irmãos, pode ter toda a família sempre ali em nossa companhia , mas dia ou outro acorda com aquela melancolia, aquela vontade de ficar só, aquela vontade de não conversar com ninguém, aquela vontade de pensar e pensar, de falar com si próprio, de ser só de si.Tem dias que a gente acorda e tudo que menos quer é encarar o mundo lá fora.Ficar escondido, isolado só por aquele momento seria ótimo.

Tem dias que dá uma angústia e a gente não sabe de onde vem, a gente não sabe o que fez ou o que fizeram com a gente pra estarmos nos sentindo assim. Tem dias que renegamos festas, pessoas, agitação. Tem dias que a vida é só você, você é a sua vida.
Acho que todo mundo carrega um pouquinho de tristeza dentro de si, e tem dias que ela desperta assim sem bem saber o porquê.
Solidão vez ou outra não faz mal.A gente pensa, reflete, idealiza, planeja, enfim, momentos de solidão tem mais haver com reorganização da vida.
Todos um dia vão passar por algum momento em que ficar sozinho é a melhor escolha. E isso não tem nada haver com dor, mas sim com crescimento. E mesmo que digam que só se cresce através da dor, eu discordo, e digo mais: Se cresce é através das lições da vida.Existem lições que a gente tira do sofrimento,claro, mas existem lições que se tira da felicidade.Então pra mim crescimento é o resultado de lições boas e ruins. Ás vezes a gente cresce sem ao menos perceber.Quando menos esperamos nos vemos achando infantis atitudes que tomamos a um ou dois meses atrás.Ás vezes crescemos por querer. E isso ocorre quando vemos que é necessário mudar nosso jeito de ser para se viver melhor.
Não acho ruim estar sozinho. Acho estranho é quem sempre tem necessidade de gente.Pessoas assim geralmente não se acham uma boa companhia, afinal não conseguem conviver somente consigo mesmas, quem dirá com os outros?!Acho estranho gente forçada, gente 100% feliz, gente que diz que não se abala por nada.É,acho estranho...
Penso que não existe ninguém somente feliz, ninguém somente triste, ninguém somente qualquer característica.Pra mim todo mundo é uma junção de sentimentos e características que aparecem em dosagens diferentes em cada um.
Gente é mistura. Mistura de sonhos, sentimentos, qualidade, defeitos. Gente é tudo de bom e ruim.Gente tem dentro de si todos os sentimentos do mundo, agora cabe a cada um escolher qual manifestar.Cabe a cada um escolher quem é. Mas por mais que escolhamos, hora ou outra, algo que não queremos sobressai. Raiva, medo, ódio, insegurança, tristeza, tudo isso vem sem a gente querer.E por isso que não acredito em pessoas que se dizem extremamente felizes, por que se ser feliz em todos os sentidos fosse possível, todos nós optaríamos em ser.Existe gente feliz, claro, mas que também é triste em alguns quesitos, e existe gente triste, mas que é feliz em alguns pontos.Ninguém é somente alguma coisa.Todo mundo é junção.E por isso acho que acordar triste vez ou outra e querer solidão não faz mal a ninguém. No fundo, bem lá no fundo, todo mundo tem um pouco de solidão dentro de si. No fundo, todo mundo tem um pouco de tudo.



Também Passa..




Tenho pensado tanto no caminhar da minha vida ultimamente. É impressionante como algumas coisas perdem o sentido. Como algumas pessoas perdem o valor. Como alguns sentimentos se perdem e vão embora sei lá pra onde.E de repente uma coisa que a gente queria muito que acontecesse, acontece, e não é a mesma coisa. E a gente não sente mais aquilo que sentiríamos antes, e não há mais encanto, e não há mais nada.
Pois bem, me aconteceu dessas coisas que a gente quer tanto, que a gente sonha tanto,que a gente até faz promessa pra Deus pra acontecer. Aconteceu, agora, meses depois. Aconteceu quando eu já nem me importava mais e acho que por isso não teve sentido, não teve alegria, nem tristeza, foi algo indiferente, desnecessário -agora.Algo, que hoje, nem sei porque tanto quis que acontecesse.
Vejo, então, que o amor tem data de validade, logo eu que achava que não. Eu sempre pensei que por mais que a gente passasse muito tempo sem falar e/ou ver uma pessoa que se amou, quando se reencontrasse nem que fosse uma fincada daquelas que a gente sente no coração ou o típico nó na garganta dos apaixonados inseguros, afastados ou dos ex casais eu iria sentir.Mas não, não houve fincada, nem nó na garganta, nem saudade, nem lembrança, nem incômodo. Não fiquei alegre, nem triste. Fui indiferente sem ao menos querer ser.E por onde andava essa indiferença quando eu tanto precisava dela?Por onde, me diz?Agora que não a procuro, nem faço questão de tê-la ela me invade dos pés a cabeça, ela é presente na minha cara de paisagem, no meu olhar distante ao ouvir você falar. Ela é tão perceptível na minha falta de gesticulação, na imobilidade do meu corpo que antes tremia ao te ver.Ela está nessa falta de brilho no olhar, nessa falta de entusiasmo ao te ouvir, nessa falta de curiosidade em saber o que lhe aconteceu.
E quase sem querer me vejo concordando com tudo que você fala e rindo pra não te deixar sem graça, coisa que faço sempre que não estou muito interessada no assunto da pessoa.E quase sem querer me vejo sem saber o que realmente me encantava em você.Acho que era coisa da minha cabeça isso de te amar.Está tão monótono isso de poder te ter, agora, meses depois. Agora já não tem mais graça. Sempre fui mulher de querer tudo na hora que eu necessitava e reivindicava. Agora com toda licença, se me vens a procurar e falar daquele amor que tanto te dei e você desperdiçou, só te digo com toda a sinceridade e até um pouco atônita -pra sair um pouco do meu estado de indiferença-tanto faz a tua procura, tanto faz aquele amor. Eu dispenso o teu afeto tardio.

T.S

Apenas sentir..


Me dói ter passado tanto tempo atenta a ele — quando ele nunca ficou atento a mim. (...)-Caio F. Abreu

Alguma coisa dentro da gente sempre sabe quando é a hora certa de parar.A hora certa de quebrar o encanto, a hora certa de dizer as verdades ou simplesmente se calar. Eu optei pelo último caso:me calei. Não falo mais nada, não faço acusações, não exponho seus erros.Não mais.Você já sabe tudo que tenho pra dizer, você já sabe como me fez mal.Você já sabe-até mais do que eu- tudo que fez para que isso não desse certo.E não deu.Veja só, fique feliz suas atitudes impensadas enfim geraram algum resultado.Algo dentro de mim se cansou, se encerrou.Não quero mais!
Não suporto mais viver de restos, incertezas e insegurança.Não nasci pra ser dependente emocionalmente de outro ser.Não nasci pra insistir em causas perdidas.Aliás nisso eu insito só quando se vale a pena e é pra ajudar alguém.Mas no nosso caso não há ninguém precisando de ajuda, não há ninguém precisando da luta alheia.

Thalita S.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, 
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, 
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. 
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.

Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, 
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual 
a gente se apega.
 Faz parte de nós. 
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, 
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente, 
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. 
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde. 
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra.
 A pessoa que nos 
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por 
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, 
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.


Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. 
É o arremate de uma história que terminou, 
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente… 
E só então a gente poderá amar, de novo.